(voz: Sebastião Edson Macedo)
Existir não se mede
pelos ganhos,
não se mede pelas perdas.
Mede-se pelo modo
de estar,
como se cada minuto fosse
o último,
como se o último fosse
o primeiro.
Existir não se escreve
a giz,
no quadro--negro de um programa,
com as letras
da disputa
sobre o papel doce
das facilidades
-- para apagar depois.
Entende-se a
existência
quando se entende
a urgência,
com a sensação de angústia
da determinação de chegar.
E, no meio do caminho,
no desespero de ser
e de deixar de ser,
quando se perdem
as apostas,
a energia falta
e as luzes se apagam,
Existir significa
continuar.
Marcar a presença
com o traço da decisão
pela promessa apenas
do amanhã
E dizer: -- Sou.
Ronaldo Lima Lins
Doutor pela Sorbonne (Universidade de Paris III), tem pós-doutorado na École de Hautes Études en Sciences Sociales e ocupa a posição de Pesquisador IA do CNPq. É Titular de Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da UFRJ, instituição que dirigiu por duas vezes. Publicou obras de ficção (Os grandes senhores; Material de aluvião, ambos em Portugal; A lâmina do espelho; As perguntas de Gauguin; Jardim Brasil: conto) e ensaio (O teatro de Nelson Rodrigues, uma realidade em agonia; Violência e literatura; Nossa amiga feroz,breve história da ‘felicidade’ na expressão contemporânea, O felino predador, ensaio sobrea história maldita da verdade, A indiferença pós-moderna, e A construção e a destruição do conhecimento). Seu último livro (de poesias) chama-se Mais do que a areia menos do que a pedra (Editora 7 Letras).
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
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